terça-feira, 16 de outubro de 2007

O tempo

Sei que o tempo é um truque que inventamos porque o sol se levanta e se põe . É um truque que inventamos para medir o nosso desespero, a nossa alegria, a distância que nos separa do que queremos , a deterioração inevitável do corpo.

Tu reinventas o tempo para poderes me esperar e voar para mim. Sei que me esperas e queres que te espere. E o faço.

Assim, os dias, as horas, são eu a pensar em ti. E as palavras apenas uma escusa para falar-te, para tocar-te, para abreviar os minutos e a minha necessidade de ti.
O sol a bater-me no rosto pela manhã, as palavras trocadas com as pessoas no caminho, a canção ouvida, de passagem, na rua, o sorriso a um amigo. Todos são o amor a esperar por ti. O meu amor depositado na espera.
A minha vida sou eu a amar-te.


Silvia Chueire

3 comentários:

Anônimo disse...

Eu gostei muito do primeiro parágrafo. Demais. E fiquei um tanto desconcertado com a continuação.

Talvez o motivo do tema tenha sido seu final, mas o prelúdio o supera de forma escandalosa, na minha humilde e respeitosa opinião.

Beijo.

Anna Paula disse...

Silvia,

Seu texto é sublime e ficou pairando na minha cabeça esta semana inteira, acabei escrevendo um post sobre o tempo e pus uma traduçaozinha em espanhol do primeiro parágrafo, com os devido créditos e link para o post. Espero que nao se importe, mas se você discordar com a traduçao ou com o link, por favor fique à vontade para avisar e eu mudo o post, ok?

Abraço e parabéns pelos textos, sao todos muito bons mesmo.

Anna Paula disse...

Silvia,

Desculpe, tive um problema e se apagou meu primeiro post quando eu ia subir, agora fiz outro onde pus seu texto na versao original com link para o "sempre ontem".

Abraço